“Un Respiro” é o sexto álbum a solo que o compositor, pianista e vocalista belga Wim Mertens lançou aos 25 anos de carreira e que apresenta no Theatro Circo, em Braga, a 4 de Abril (22h00), num concerto único em Portugal.
BRAGA (MORRAZO-tribuna) .- A sós com o piano, Wim Mertens traz a Braga o trabalho que consolidou a sua crescente tendência para a criação de temas caracterizados por uma linguagem muito própria, feita de palavras verdadeiras e de sons utilizados pela sua poesia, não descurando, contudo, a percepção orquestral.
«Em “Un Respiro” ouvimos a paixão de Mertens pela voz, que apresenta não como um instrumento mas como guia para o piano, procurando sempre e apenas a expressão pura».
Demonstrando ao vivo que o processo de composição pode estar fortemente associado à própria performance, tal como a performance e o acto de cantar/tocar são inseparáveis e acabam por criar um único evento, não são raras as vezes em que em “Un Respiro”, Mertens recorre ao seu timbre caracteristicamente agudo e quase etéreo para interpretar temas como “From Lure to Lure”, “Warm By One Another”, “Fitting Destiny” e outros sete títulos, maioritariamente consubstanciados em faixas rítmicas para dois pianos e duas vozes e todos tocados pelo próprio compositor.
Minimalista em estilo, Wim Mertens distingue-se pelas múltiplas facetas que lhe garantem o reconhecimento internacional enquanto pianista, compositor, cantor, guitarrista, musicólogo e autor de obras tão diversas que vão do solo às composições para ensembles de música de câmara ou orquestras sinfónicas, do lançamento de obras literárias e de inúmeros trabalhos para teatro e cinema.
Desde a estreia em 1980 com o álbum “For Amusement Only”, o artista, que percorreu a Europa, América Central e do Norte e Japão com várias digressões, editou cerca de duas dezenas de trabalhos discográficos, que vão dos projectos a solo, em ensemble, bandas sonoras ou compilações, com destaque para as recentes “Music and Film – Father Damien” (2009), uma síntese das suas composições para filmes desde 1986 até 2008 e a reedição da banda sonora de “Father Damien”; “L’Heure du Loup” (2008), um trabalho para grande ensemble; e “Years Without History” (2008), uma selecção de sete concertos gravados ao vivo entre 1986 e 2002.
Para além do lançamento de um vídeo digital intitulado “What You See Is What You Hear” e de uma caixa de 13 álbuns composta por 80 composições, Wim Mertens surpreendeu ainda com a edição de “Sin Embargo” (1997), trabalho discográfico exclusivamente constituído pela interpretação de composições para guitarra, instrumento com que teve o primeiro contacto aos 8 anos e para o qual compôs durante dez anos, revelando uma sensibilidade e frescura que não transmite tão claramente através do piano.
Ingressos, a 15 euros, disponíveis nas bilheteiras do Theatro Circo.
Mais informação:
Luciana Queirós da Silva (imprensa@theatrocirco.com ou 913 093 094)